como funciona a escala de coma?

A Escala de Glasgow, também conhecida como Escala de Coma de Glasgow (ECG), é uma ferramenta fundamental na avaliação do estado de consciência de pacientes que sofreram traumas cranianos ou apresentam comprometimentos neurológicos. Criada pelos renomados médicos Graham Teasdale e Bryan Jennett em 1974, a escalada serve como um padronizador na avaliação da gravidade de lesões cerebrais, oferecendo uma abordagem objetiva e sistemática para profissionais de saúde.

Através da observação de três parâmetros principais — abertura ocular, resposta verbal e resposta motora — a Escala de Glasgow fornece pontos que, somados, indicam o nível de consciência do paciente. Essa pontuação é crucial para determinar intervenções médicas e monitorar a evolução do estado neurológico. Em 2018, um importante aprimoramento foi incorporado à Escala, com a introdução da avaliação da resposta pupilar, buscando ainda mais precisão na identificação da gravidade das lesões.

Entendendo como funciona a Escala de Coma de Glasgow

A Escala de Glasgow funciona mediante a avaliação do comportamento do paciente em resposta a estímulos, sendo composta por quatro componentes: abertura ocular, resposta verbal, resposta motora e resposta pupilar. Este processo é realizado observando-se a reatividade do paciente, que pode variar dependendo da gravidade da lesão.

A aplicação da ECG é geralmente feita após um evento de traumatismo craniano, com uma recomendação de que a avaliação inicial ocorra em até seis horas após o incidente. Isso se deve ao fato de que, nas primeiras horas, a sedação pode interferir na capacidade de resposta do paciente, dificultando uma avaliação precisa.

Importância da Avaliação da Resposta Pupilar na Escala de Glasgow

A introdução da resposta pupilar como um quarto parâmetro da Escala de Glasgow teve como objetivo melhorar a avaliação geral do nível de consciência do paciente. As pupilas, em resposta à luz, revelam informações vitais sobre a integridade do tronco encefálico, responsável por funções essenciais como a respiração e a regulação do ritmo cardíaco. A ausência de resposta pupilar pode indicar lesões severas nesse área do cérebro, destacando a importância dessa avaliação em situações críticas.

A resposta pupilar oferece uma ferramenta adicional para identificar rapidamente situações que requerem intervenções médicas imediatas, contribuindo para o melhor atendimento do paciente em estado grave. Essa mudança levará a uma avaliação mais abrangente, auxiliando na identificação de casos que exigem maior atenção.

Quais os valores da Escala de Glasgow?

Ao utilizar a Escala de Glasgow, cada um dos quatro componentes é pontuado, resultando em uma soma final que determina o nível de consciência do indivíduo. Vamos detalhar cada um destes componentes:

  • Abertura dos Olhos (E): A pontuação varia de 1 a 4, conforme a capacidade do paciente de abrir os olhos em resposta a estímulos.
  • Resposta Verbal (V): A capacidade de emitir respostas verbais é avaliada, com possíveis pontuações variando de 1 a 5.
  • Resposta Motora (M): Este componente mede a reatividade motora do paciente, com uma escala que vai de 1 a 6.
  • Resposta Pupilar: A avaliação das pupilas determina adições ou subtrações à pontuação total, dependendo da reatividade a estímulos luminosos.

Grau de lesão de acordo com a pontuação

A pontuação final da Escala de Glasgow varia entre 3 e 15 pontos. O grau de lesão é classificado da seguinte forma:

  • Entre 13 e 15: lesão leve.
  • Entre 9 e 12: lesão moderada.
  • Entre 3 e 8: lesão grave.
  • Menor que 3: estado de coma.

Essa categorização é essencial para o manejo do paciente em ambientes clínicos, pois reflete diretamente a gravidade da condição neurológica.

Quando aplicar a Escala de Glasgow?

A Escala de Glasgow deve ser aplicada em situações onde há suspeita de lesão cerebral, geralmente na emergência ou em ambientes de terapia intensiva. Recomenda-se que a primeira avaliação ocorra no momento da admissão do paciente e, após isso, que seja realizada a cada quatro horas, salvo indicação contrária da equipe médica. A documentação adequada das pontuações obtidas é vital para o acompanhamento clínico e a evolução do tratamento.

Além disso, um dos critérios para a decisão de entubar um paciente envolve a pontuação da Escala de Glasgow. Pacientes que obtêm uma classificação inferior a 8 devem ser intubados, pois isso indica uma incapacidade de manter as vias aéreas protegidas, colocando em risco a oxigenação e a integridade vital.

Passos para utilizar a Escala de Glasgow corretamente

Aplicar corretamente a Escala de Glasgow envolve algumas etapas fundamentais. Primeiramente, é crucial verificar a presença de fatores que podem interferir na avaliação. Em seguida, a observação de comportamentos espontâneos se torna essencial, permitindo ao examinador notar reações do paciente aos estímulos. Se não houver resposta, deve-se estimular o paciente com comandos verbais e, se necessário, aplicar estímulos físicos.

Após a observação e estímulos, é hora de pontuar as respostas de acordo com a escala, somando os valores correspondentes a cada componente. Por fim, a avaliação da reatividade pupilar deve ser realizada para ajustar a pontuação total, garantindo uma visão precisa do estado neurológico do paciente.

Como fazer Glasgow em paciente entubado?

Para pacientes que estão intubados, a avaliação com a Escala de Glasgow requer um entendimento de adaptações. A resposta verbal, por óbvio, não pode ser utilizada e é marcada como “Não Testável” (NT). No entanto, os componentes de abertura ocular e resposta motora continuam a ser avaliados, permitindo uma pontuação baseada nas reações observadas a estímulos. É imperativo incluir a reatividade pupilar na análise, garantindo que mesmo em condições de intubação seja possível obter uma avaliação acurada do estado do paciente.

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Escala de Coma de Glasgow Pediátrica

É importante ressaltar que existe uma adaptação da Escala de Glasgow para indivíduos pediátricos. A Escala de Coma de Glasgow Pediátrica é utilizada para avaliar crianças e lactentes, considerando as particularidades do desenvolvimento neurológico e comportamental dessa faixa etária. Os parâmetros de avaliação incluem abertura ocular, resposta verbal e resposta motora, adaptados para as capacidades comunicativas de diferentes idades.

A avaliação na pediatria é essencial, visto que a resposta das crianças pode não seguir os mesmos padrões que os adultos, necessitando uma abordagem mais sensível e cuidadosa por parte dos profissionais de saúde.

Qual profissional da área da saúde utiliza a Escala de Coma de Glasgow?

Diversos profissionais da área da saúde recorrem à Escala de Coma de Glasgow em suas práticas. Médicos, enfermeiros, paramédicos e fisioterapeutas fazem uso dessa ferramenta para obter uma avaliação inicial do estado de consciência de pacientes. O manual de formação de estudantes de medicina também inclui a ECG, destacando sua relevância na prática clínica e na pesquisa.

A contínua aplicação da Escala de Glasgow em ambientes hospitalares demonstra não apenas a sua eficácia, mas também a necessidade de capacitação dos profissionais para sua utilização correta. A combinação de conhecimentos teóricos e práticos, aliada à experiência clínica, é vital para garantir a qualidade da avaliação e intervenções apropriadas.

Perguntas frequentes

Como a Escala de Glasgow é utilizada em emergências?

A Escala de Glasgow é utilizada como uma ferramenta de triagem em situações de emergência, permitindo uma avaliação rápida do estado de consciência do paciente para determinar a gravidade de uma lesão cerebral.

Qual é a importância da resposta pupilar na Escala de Glasgow?

A resposta pupilar é crucial porque fornece informações sobre a integridade do tronco encefálico e pode indicar a severidade da lesão cerebral, ajudando a direcionar o tratamento imediato.

Existe uma Escala de Glasgow para crianças?

Sim, existe uma adaptação da Escala de Glasgow para crianças, chamada Escala de Coma de Glasgow Pediátrica, que considera o desenvolvimento neurológico e comportamental dos lactentes e crianças.

Qual é a pontuação mais baixa na Escala de Glasgow?

A pontuação mais baixa na Escala de Glasgow é 3, o que indica um estado profundo de coma ou total ausência de resposta.

A Escala de Glasgow pode ser usada em pacientes intubados?

Sim, em pacientes intubados, a avaliação da Escala de Glasgow é ajustada, considerando a resposta ocular e motora, enquanto a resposta verbal é marcada como “Não Testável”.

Qual é o grau de lesão associado a uma pontuação entre 9 e 12?

Uma pontuação entre 9 e 12 na Escala de Glasgow indica uma lesão cerebral moderada.

Conclusão

A Escala de Glasgow é uma ferramenta indispensável no campo da medicina, especialmente na avaliação de traumas cranianos e estados de coma. Sua aplicação sistemática permite não apenas a identificação da gravidade de lesões, mas também a condução adequada de intervenções médicas. Com a introdução da avaliação da resposta pupilar, a ECG se tornou ainda mais confiável, assegurando melhores resultados no atendimento a pacientes críticos. Profissionais de saúde devem manter-se atualizados sobre as melhores práticas na utilização da Escala, garantindo que suas avaliações sejam precisas e eficazes.